quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Reclamação em excesso

Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas. - Filipenses 2:14

É uma enorme surpresa a quantidade e freqüência com que as pessoas reclamam. Quando chega o verão, muitas pessoas acham ruim com o calor. Quando chega o inverno, as murmurações são contra o frio. Tempo seco é motivo de queixa, e chuvas também provocam caras feias. O excesso de carros no trânsito é motivo de falatórios sem fim. Entretanto, o reduzido número de carro em determinados períodos também é alvo de queixas devido a insegurança, como nas madrugadas. Hospitais, escolas, operadoras de telefonia, serviços públicos, filas, demora em qualquer atendimento: as murmurações ocorrem devido aos mais diferentes motivos.

Obviamente há situações que merecem sim o protesto veemente do cidadão. Exemplos disto são os serviços prestados pelas operadoras de telefonia móvel e televisão por assinatura, geralmente muito abaixo das expectativas dos consumidores. Estas empresas, em geral, têm atendimento ao cliente de péssima qualidade e cobram no Brasil preços proporcionalmente mais caros na comparação com outros países. Porém, mesmo em situações como estas, a murmuração pode ser evitada. O cliente pode reivindicar seus direitos através do envio de correio eletrônico às companhias e, em último caso, procurar os órgãos de defesa do consumidor. Estas atitudes, com certeza absoluta, geram efeitos concretos muito melhores do que reclamações durante conversas nos elevadores e corredores dos edifícios.

O trânsito ruim é outro motivo de queixas constantes por parte dos brasileiros, em especial daqueles que vivem nas grandes cidades. Engarrafamento é um mal e ninguém tem dúvidas disto. Contudo, as reclamações por si só não resolvem absolutamente nada e contribuem para o aumento do estresse. Engarrafamentos, por piores que sejam, são na verdade sinal de desenvolvimento econômico de um país ou região, principalmente se levarmos em consideração o número de habitantes com poder aquisitivo para adquirir um automóvel. Sem contar o número de empregos diretos e indiretos gerados pela cadeia produtiva do setor automotivo.

Além destas questões práticas que incentivam a todos a parar de reclamar sem necessidade, existem razões mais importantes do que estas para cada pessoa refletir antes de reclamar. Estes motivos estão na Bíblia, a bússola para a vida dos verdadeiros cristãos. Considerando que as Escrituras Sagradas são palavras de Deus ao homem, todo aquele que crê deve observar com atenção as orientações contidas neste livro.

Analisados por certo aspecto, os livros do Antigo Testamento são relatos históricos. Os fatos que ocorrem uma vez, não necessariamente serão repetidos. Na maior parte das vezes os acontecimentos não são repetidos. Entretanto, é possível tirar lições de vida das histórias descritas no Antigo Testamento. A partir deste princípio, observa-se que a reclamação não é novidade nem exclusividade das sociedades contemporâneas. Quando Moisés liderava o povo judeu, mais de mil anos antes de Cristo, a ação de reclamar já era adotada por muitas pessoas. Na Bíblia está escrito: “toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e Arão no deserto” (Êxodo 16:2).

Muitas das queixas constantes impulsionam pessoas a pecar, o que causa prejuízos a elas próprias. O Criador fala de maneira objetiva ao ser humano: “fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas” (Filipenses 2:14). De acordo com o Pai Celeste, devemos viver “sendo hospitaleiros uns para com os outros, sem murmurações” (1 Pedro 4:9). A forma mais utilizada pelas pessoas para reclamar é através da palavra. Existem ainda reclamações feitas através de gestos ou atitudes, mas a maior parte da murmuração ocorre através da fala. Sobre isto o Criador é também bastante claro. “Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém” (1 Pedro 4:11).

Portanto, ao ler as Escrituras Sagradas, é possível concluir que reclamar sem parar não é uma opção possível para os cristãos. Por mais que existam razões concretas para existência de reclamações, Jesus Cristo afirma: “quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim” (Mateus 10:38). Ou seja, ainda que as murmurações tenham causa definida, os cristãos verdadeiros precisam deixar de lado as vontades próprias para cumprir os desejos do Senhor. Aqueles que crêem e pretendem seguir uma vida de acordo com os ensinamentos bíblicos, precisam pensar bastante antes de fazer qualquer murmuração.

Um comentário:

  1. O ser humano reclama porque é cômodo. Mudar a nós mesmos requer que saímos do marasmo da vida diária, ou seja temos de mudar a nós mesmos. Um exemplo disto é que falamos falamos mal de políticos. Contudo não movemos uma palha pra mudar. Particularmente tenho o hábito de ligar ou passar email para políticos que votei. Cobro mas uma andorinha sozinha não faz verão.

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