terça-feira, 22 de agosto de 2006

Excesso de esforço e pouco resultado

A falta de compromisso com Deus pode gerar frustrações para o homem.


O Brasil está enfrentando uma grave crise econômica. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresenta a cada mês dados preocupantes a respeito do aumento do desemprego e da queda na renda dos trabalhadores. Diversas autoridades federais, estaduais e municipais vêm dedicando horas e horas na elaboração de planos governamentais para reverter esta situação. Contudo, mesmo com tanto esforço e com adoção de bons projetos, a situação econômica parece não melhorar.


Alguns profissionais têm aumentado o número de horas trabalhadas a cada ano. No entanto, os salários são insuficientes para quitar as despesas. Algumas pessoas têm dois empregos, dobram o expediente diário de trabalho. Porém, seus ganhos continuam insuficientes para obter uma satisfação plena na área financeira. O que estaria acontecendo?


As ciências médicas nunca foram tão desenvolvidas em toda história da humanidade. Enfermidades que eram fatais há cem anos, hoje são facilmente curáveis. Cirurgias impensáveis há cinqüenta anos, hoje são corriqueiras e fazem parte do cotidiano dos hospitais. Todavia, inúmeros são os casos de doentes que morrem nas filas hospitalares. Pessoas que consomem remédios controlados têm a saúde abalada por falta de medicamentos. Por que existe este paradoxo?


A agricultura nunca produziu tanto alimento, em termos absolutos, quanto nas últimas décadas. Com modernos sistemas de irrigação e maquinários de última geração, toneladas de grãos são produzidos anualmente nos cinco continentes. Em locais áridos, como algumas regiões do nordeste brasileiro, são cultivadas até mesmo uvas – fato impossível de ser concretizado há alguns anos. Mesmo assim, muitas pessoas ainda morrem de fome. O próprio IBGE conclui em suas pesquisas: uma porcentagem dos brasileiros ainda vive abaixo da linha da miséria.


Carros com tecnologia sofisticada são produzidos aos milhares, enquanto milhões de pessoas utilizam transporte coletivo caótico. Novos computadores são lançados a cada ano, enquanto alguns adultos continuam analfabetos. Nas mais diferentes áreas, o ser humano conseguiu desenvolver-se enormemente, mas este desenvolvimento não trouxe o bem estar desejado. Qual seria a explicação para tais fenômenos?


O profeta Ageu, que viveu cerca de 500 anos antes de Cristo, relata uma situação que a sociedade daquela época vivia, bem parecida com a humanidade nos tempos atuais. Diz ele: “Ora, pois, assim diz o Senhor dos Exércitos: Considerai os vossos caminhos. Semeais muito, e recolheis pouco; comeis, porém não vos fartais; bebeis, porém não vos saciais; vesti-vos, porém ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o num saco furado. Assim diz o Senhor dos Exércitos: Considerai os vossos caminhos.” (Ag. 1.5–7) Este relato poderia ser uma perfeita descrição da sociedade atual. Alguém pode lembrar da segunda parte do famoso versículo: “nada há de novo debaixo do sol” (Ec. 1.9b), e várias comparações podem ser feitas sobre o mundo atual e aquele período histórico.


Solução – Lendo o livro de Ageu, percebemos o desejo do Criador para com o povo judeu daquele período: reconstruir o templo de Israel. Porém, como o povo relutava em fazer tal reconstrução, o trabalho das mãos deles passou a ser suficiente para suprir as necessidades sociais de então. “Semeais muito, e recolheis pouco; comeis, porém não vos fartais; bebeis, porém não vos saciais; vesti-vos, porém ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o num saco furado. Assim diz o Senhor dos Exércitos: Considerai os vossos caminhos.” (Ag. 1.6–7)


Este texto do Antigo Testamento traz algumas lições para o mundo atual. Assim como disse aos judeus: “considerai os vossos caminhos”, Deus diz o mesmo para o ser humano hoje. A sociedade daquele tempo acreditava no Criador, tinha fé. Porém, naquele momento determinado, não queria assumir compromissos para a reconstrução do templo de Israel.


Atualmente, muita gente professa uma fé no Pai Celestial, entretanto, não quer compromissos com ele. Alguns profissionais trabalham muitas horas por dia, e não têm tempo de buscar as coisas que vêm dos céus. Não assumem compromissos com as causas do Criador. Estas mesmas pessoas não conseguem ter resultados satisfatórios em suas vidas financeiras. Certamente, caso cedessem parte de seu tempo para o Senhor, os frutos financeiros de suas vidas profissionais seriam muito maiores.


A mesma lógica vale para estudantes que passam horas e horas na frente dos livros, e não conseguem obter notas tão boas quanto gostariam, ou simplesmente não são aprovados nas provas. Certamente, aqueles que equilibram o tempo entre o estudo formal e a obra do Criador, têm muito mais êxito nas provas e testes.


Pode-se concluir que uma simples atitude de assumir compromissos com Deus faz com que o trabalho do homem obtenha resultados inatingíveis sem a intervenção celestial. A situação econômica atual da humanidade é a maior prova disto. Um mundo em que grande parte dos cidadãos não tem compromisso com o Senhor, e que vive em ciclos intermináveis de crises financeiras, mesmo com esforços sobre-humanos dos Governos e organizações privadas na busca de soluções para os problemas econômicos.


Assumir alianças com o Pai Celestial é mais fácil do que se pode imaginar. Uma pequena oração periódica – diária ou mais de uma vez ao dia – já é um compromisso com o Criador, e esta simples ação está ao alcance de todos. A leitura diária da Bíblia é outro pacto com Deus muito fácil de ser concretizado, bastando força de vontade do leitor. O que Deus falou por meio do profeta Ageu, “considerai os vossos caminhos”, é uma ordem para todo cristão hoje. Considere os caminhos de sua vida.


Autor: Leonardo Silva Horta


Publicado originalmente no site da Igreja Batista da Lagoinha, em maio de 2004.

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