sexta-feira, 27 de junho de 2008

Liberdade I

E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. – João 8:32


De acordo com os dicionários, a palavra liberdade significa possibilidade de agir conforme a própria vontade, independência, autonomia. Quem é ou se considera livre pode, pelo menos subjetivamente, fazer aquilo que deseja. Pode ir onde quer, trabalhar com o que gosta, descansar o quanto achar necessário, comer e beber a vontade.


Entretanto, a liberdade absoluta não existe. Quem pensa poder comer e beber a vontade está enganado, pois o próprio organismo impõe limites físicos à apetite e à capacidade de comer e beber. Algumas pessoas são viciadas em trabalho, popularmente conhecidas no Brasil como “workahoolics”, e pensam poder trabalhar o quanto querem. Entretanto, existe também um limite físico ao trabalho – todos precisam dormir um mínimo de tempo diário, além de um descanso periódico.


Alguns profissionais liberais pensam ser livres para trabalhar quando ou quanto quiserem. Entretanto, esses trabalhadores dependem, ainda que indiretamente, dos prazos e determinações dos clientes ou empresas para as quais prestam serviço. O motorista de um automóvel também encontra-se limitado às leis de trânsito, sujeito a aplicação de multas a autuações conforme as regras que porventura infringir. O esportista que pensa poder praticar esporte a vontade também tem a liberdade limitada, não só devido a capacidade física, como também nas regras estipuladas para cada modalidade.


Ao tomar consciência das limitações da liberdade, as pessoas precisam tomar decisões a cada instante da vida para reduzir as imposições sociais, físicas ou emocionais, maximizando desta forma a independência pessoal ou profissional. No trânsito, o motorista seleciona as vias menos congestionadas para chegar mais rapidamente ao destino desejado. Ou seja, abre mão de transitar por determinadas ruas ou avenidas para reduzir o tempo de percurso entre dois lugares distantes.


Guardado às devidas proporções, assim como motoristas abrem mão de certos itinerários, os esportistas também deixam de lado determinados alimentos ao fazer dietas alimentares estipuladas por nutricionistas. Desta forma, o atleta consegue melhor desempenho na prática do esporte. Paralelamente, profissionais viciados em trabalho também abrem mão de parte da vida social ou familiar para dedicarem-se às atividades remuneradas.


Assim como em todas as áreas da vida, o lado espiritual das pessoas também tem limitadores à chamada liberdade. O principal limitador nesta área é a falta de fé. Na teoria, todos podem crer ou desacreditar naquilo que consideram mais interessante ou importante. Porém, na prática, pouca gente segue aquilo em que diz acreditar. O maior exemplo disso é a crença em Deus.


Pesquisas recentes publicadas em revistas semanais brasileiras nesta primeira década do século XXI demonstram que mais de 90% dos brasileiros dizem crer no Criador. Contudo, pouquíssimas pessoas são as que consideram o Pai Celeste um ser real. A maior parte dos cidadãos crê apenas em um Deus abstrato e irreal, sem vida, habitante de uma galáxia distante um trilhão de anos luz do planeta Terra, sem nenhum conhecimento ou canal de comunicação com a humanidade.


Entretanto, o verdadeiro Criador do universo não é um ser meramente filosófico e teórico. Ele não é um personagem dos livros de romance, nem algo complexo somente compreendido por teólogos. O Pai Celeste também não está distante e sem comunicação com as pessoas. Ao contrário: Ele é onisciente, ou seja, tem consciência de tudo o que ocorre no mundo; é onipresente, está em todos os lugares; é onipotente.

Um comentário:

  1. Olá Leonardo.

    Gostei do texto.
    Podemos ter liberdade, mas mesmo livres, temos limitações (convenhamos, não teria graça se não tivessem tais limitações).

    Deus, com certeza, é totalmente Onisciente, Onipresente e Onipotente.

    Teólogo.

    Abraço.

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